Entidades criticam atuação da Brigada Militar em caso envolvendo jornalistas em Alegrete

Entidades criticam atuação da Brigada Militar em caso envolvendo jornalistas em Alegrete

Entidades criticam atuação da Brigada Militar em caso envolvendo jornalistas em Alegrete

Mídia Nacional

23 Junho 2020

GAÚCHAZH – 22/06/2020

Entidades ligadas à imprensa criticaram, nesta segunda-feira (22), a atuação da Brigada Militar em um caso envolvendo jornalistas de um veículo de Alegrete, na Fronteira Oeste.

Conforme o jornal Em Questão, o repórter Alex Stanrlei e o diretor Paulo de Tarso Pereira foram impedidos por policiais de registrarem imagens de um caminhão boiadeiro do Exército, durante a cobertura de um flagrante de abigeato, na quinta-feira (18), e sofreram lesões. O fato ocorreu em frente à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da cidade, segundo o jornal.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirmou que “os jornalistas exerciam sua atividade profissional, buscando informações de interesse público, e nada houve que justificasse a truculência”, acrescentando que “os integrantes da Brigada Militar atentaram contra o direito dos cidadãos de serem livremente informados”. A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) afirma que os profissionais “sem justificativa, receberam ordem de prisão, foram algemados e agredidos”.

Conforme o diretor do jornal, o repórter havia acatado a ordem de não fazer imagens do caminhão, mas mesmo assim foi detido. Ele também teria sido impedido de deixar o local para se deslocar até outra pauta. Segundo Pereira, o repórter telefonou para o diretor, que foi ao seu encontro.

Pereira conta que, ao chegar ao local do fato, viu que o colega era mantido sentado no chão por um policial. Questionado, o PM teria ficado irritado com os jornalistas. Pereira diz que passou, então, a filmar a ação da BM.

— Quando ele começou a me encher de chutes, eles (outros policiais) pegaram o Alex (Stanrlei). Mas, nesse meio tempo, já me tomaram celular, tomaram o celular do Alex, quebraram, racharam os óculos dele. Foi tudo muito rápido, da minha chegada até essa situação, deve ter levado um minuto, um minuto e meio — afirma Pereira.

O comandante da BM de Rosário do Sul, capitão Siqueira, afirma que os policiais e militares teriam pedido para que não fossem registradas imagens porque, com as cenas, seria possível identificar o homem preso em flagrante por furto de animais. De acordo com o oficial, ao chegar na delegacia, o diretor desacatou as autoridades e foi imobilizado. Stanrlei então teria investido contra a guarnição. Foi dada voz de prisão aos dois.

— A BM vai abrir um inquérito policial militar para apurar a conduta dos policiais, serão ouvidas todas as testemunhas. Se eles cometeram qualquer excesso, algum abuso, vão ser responsabilizados — disse.

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